sábado, 30 de janeiro de 2010

Capitulo 10



O “QUEM ME QUER” da Juventude Dourada



N
o auge dos “anos dourados” de nossa praia, a moçada fez do trecho da avenida beira-mar, entre a Rua Antonio Falcão e a Rua Carlos Pereira Falcão, um verdadeiro “point” de paqueragem, namoricos, conhecimentos, principalmente nos restaurantes Le Bretagne e no do hotel Côte Dazur e, nas calçadas ou muretas dos edifícios Versailes, Saint Moritz, Boa Viagem (este já não mais existe) e Acaiaca. Era um desfile de “mauricinhos” e ”gatinhas”, exibindo os seus dotes pessoais e também os materiais (roupas e acessórios da moda; seus veículos; automóveis e motos, com acessórios, e até mesmo, com motores envenenados). Tinham pessoas que faziam o percurso de ir e voltar várias vezes na expectativa de encontrar um bom papo, uma paquera, ou até mesmo uma namorada, ou mais ainda, ser notado no contexto. Indiscutivelmente, dali surgiram grandes amizades, namoros, noivados e casamentos. As “gatinhas” atualizadas com a moda da época e os rapazes mostrando os seus carros e motocicletas incrementadas de acessórios. Tinha gente que estacionava o seu veículo e ligava o som dos toca-fitas com alto-falantes de grande freqüência, lotados nas malas abertas dos seus veículos, para ser conhecido ou reconhecido por alguém. Os fatos e acontecimentos por mais efêmeros e bestas que fossem, eram tratados, às vezes, com relevâncias, mesmo que desnecessários. Porém, prevaleciam o espírito e a ânsia de uma juventude que queria se comunicar, se desligando dos velhos padrões antigos, em que predominavam a timidez, o recato e a obediência total e irrestrita aos mais velhos.

FREQUENTADORES

À época dos anos dourados de l960 e 1970, Boa Viagem, já deixara de ser praia de veraneio, com um comércio em pleno progresso e, que logo após ficou consolidado com a inauguração do Shopping Center Recife.
Muitas famílias das chamadas classes média e alta de outros bairros e de cidades do interior pernambucano vieram morar em nossa praia. A cada fim de semana, mais pessoas eram conhecidas, razão pela qual, algumas delas, estão indicadas pelos apelidos, vez que, difícil seria a empreitada de se pesquisar os seus nomes próprios, pelo que pedimos o perdão pelas omissões.
É sabido que fatos importantes se desencadearam nos anos de 1958, 1962 e 1970, tais como: a inauguração de Brasília; a chegada do homem à Lua; a Bossa Nova; a guerra do Vietnã; o Rock and Roll; a conquista da Seleção Brasileira de Futebol nas Copas de 1958, 1962 e 1970; os Beatles; etc. O grande protesto da estudantada, do operariado e dos intelectuais franceses forçaram as gerações daqueles tempos a mudarem de comportamento na moda feminina, na relação pai/mãe com o filho, na relação professor com o aluno, na música, no cinema, no teatro, etc. A nossa juventude também mudou. Foi tanto que já saia em grupos de amigos para as boates, bares e restaurantes e até mesmo sozinha.
Os grupos em geral se formavam nos edifícios ou nas melhores áreas de banho da praia, principalmente no Corta Jaca.
 Havia as turmas do Le Bretagne; turma do Cote D’azur; do Posto 4;  do Acaiaca; do Verssailes; do Saint Moritz; do Mirage; do Brigadeiro; da Padaria Boa Viagem, entretanto, os jovens que delas participavam já se interagiam sem complexos e ou preconceitos, tão comuns antigamente, ou mais recentemente  até o final dos anos cinqüenta.
Com a colaboração de amigos da época - dos casais, Marco Antonio e Nice Carvalho; Luis Antonio e Solange Mendes Pereira; Eduardo e Katia Feitosa; e ainda, de Conceição Feitosa; de Wilson Nepomuceno Calado Júnior; de Ana Catharina Cavalcanti Ferreira - fazemos o registro das seguintes pessoas, que freqüentavam a orla do “quem me quer”:
Os irmãos Holanda, Manuel e Marta; Flávia Padilha; Raquel Gargantini; Antônio Floriano; Lilá Salazar; Dirceu Leitão; Clóvis Monteiro Filho; Romero Monte; as irmãs Angita e Mônica Bezerra; Lucila Padilha; os irmãos Silveira (Cintia, Mônica, Luiza, Pedro Ivo e Igor); os irmãos Moura Lira (Ângela e Ricardo Rodovalho de Lira); os Lima (Ricardo, Luciano, Fernando); os Camboim de Castro (Vera, Verônica e Rui); os Asfora (Jorge, Geraldo e Betinho); os Costa (Elzinha, Marta e Marco Antonio); os Pessoa de Queiroz (Elizabeth e Paulinho); os Maia (Ivaldo e Mancha); os  irmãos Araújo Mendes (Aurelino “Lero”, Solange, Simone, Silvana, Silvinha e Suzi); os Addobbati Fernandes (Claudia, Emanoel, Guido e Patrícia); as irmãs Botelho (Glauce e Ângela); os irmãos Lima (Fernando, Luciano e Fátima); os Nepomuceno Calado (Cintia, Robson, Zé Emilio e Wilson); as irmãs Addobatti (Mônica e Auxiliadora); as Araújo (Cândida, Emília e Aninha Margarida); as Cunha Andrade (Lúcia e Zaninha); os Feitosa (Ceiça, Cristina, Fernando, Henrique e Eduardo); as Oliveira (Jussara, Graziela, Nilte, Luciane e Fátima); as irmãs Franco Abreu (Rosina, Patrícia e Adriana); os Parente (Walmir, Waldir, Dione e Wilson); os Blanck (Clara, Mônica, Renata e Willie ); os Falbo (Adriana, Lulinha e Julio Cezar); os Monte (Leonardo, Luciano, Mauricio e Mirian); as Harley (Nica e Cristina); os Ferreira Cavalcanti (Aninha, Cristina, Severino e Jose Maurício); os Leite Cavalcanti (Letícia, Jorge e Roberto); os Vanderlei (Jeovasito, Aninha e Ada Lúcia); os Lira (Ana Maria, Ana Lúcia, Ana Cristina e Wilsinho); os Maurício (Isabel, Roberto, Carlinhos, José Carlos e João Gualberto); as Galvão (Conceição e Ângela); Miguel Vita Filho; Anabel Saboya; Amelinha Peixoto; Lauro Pontes; Flavio Marcelo; Ana Pedula; Alexandre Marroquim; Aurino Góis; Paulinho Cavendich; Roni Duarte; Junior Ventola; Helinho Mota; Claudinho Carneiro; Juracy  Caia Trezena; Ednaldo Ferreira de Moraes; os irmãos Luis e Silvia Borges; Iodelson Torres; Luisinho Falcão; os irmãos Roberto e Judite Kelner; os irmãos Deolinda e Antero Júnior Paiva; Bruno Vasconcelos; os irmãos Zé Carlos e Julinho Duarte; os irmãos Zezito e Roberto Padilha; Aroldo Colares; Carla Karina Lima, Fátima e Elisabeth Salazar; Frederico Patury; Biagio Lombardi; Fernando Addobbati; Edson Meira; Alexandre Meira; os irmãos Arnaldo e Geraldo Bodinho; Ricardo Boneca; Luciana Régis; Stela Souza Leão; Josimar Teles; os irmão Sérgio e Tuca Freitas Lins; Gustavo Oiticica; Tereza Carneiro Leão; Renata Medeiros; Israel Almeida; os irmãos Machado Cavalcanti Pietro, Petrônio, Ana e Antonieta; Isa Cristina Rodrigues; Cristina N. Rodrigues; Fred Magrão; Rosana Pena; Alexandre Siqueira; Fred Alencar; Patrícia Camaroti; Leônidas Júnior;  Ricardo Menezes; Fátima Barroca; Luis Fernando Machado; Roberta Times Amorim; Ricardo Santos; Carla Cremonese; Márcia Cavalcanti; Raquel Raffi; Felipe Wakeed; Tereza Cavalcanti; Silvio Schettini; Maria da Conceição Veras; Edna Guimarães; os irmãos Carneiro Alexandre e Armindo; Lúcia Rodrigues; Carlos Veras; Tácito Mixto de Oliveira; as irmãs Valeria e Helena Aciolli; Mônica Moreira; João Madureira; os irmãos Caetano e Alvinho Azevedo; Fernando Lyra; Roberta Cabral da Costa; Narli Nejaim; Vicente Schettini; Normanda Pinheiro; Breno Moreira; os irmãos Campos; Carlos Wilson, André e Wilson Júnior; Edna Moury Fernandes; os irmãos  José Ângelo e Janine Rizzo;  Sérgio Vieira da Cunha; Cristina Mota; Tubal Valença Filho; Guilherme Colaço; Clovis Monteiro Filho; Maninha Maçães; os irmão Augusto e Mônica Bezerra; Ana Elizabeth Carrazoni; Carlos Alberto Magalhães; as irmãs Patrícia e Mônica Andreotti; Artur Peixoto; Clóvis Peixoto; os irmãos Eduardo e Amando Monteiro Neto; Núbio Gadelha Filho, Manoel e Nelson Cabral da Costa; Paulo Oliveira; Roberta Tavares Amorim; Rosario Pinto; Geysa Zerbone; Orlando Kerpen; Alfeu Marinho; Lilico Fitipaldi; Americo Noronha; Maria Claudia Gonçalves Porpino; as irmãs Maria do Carmo (Dui) e Virginia Colaço; Antonio José Ferreira Lima (Neto); Ana Kátia Spencer Holanda; Jaime Costa; Bernadete Heráclito do Rego; Gino Perrelli; Adelmar Xavier; José Carlos Wanderley; Mônica Vasconcelos (garota verão 1974); Marcelo Cabral da Costa; Bebel Freire de Souza; Julieta Vilela Aguiar; Bernadete Oliveira; as irmãs Marilene e Carmem Lúcia Schuller Cunha; Ângela Maria Vilar de Carvalho; Josimar Teles de Sá; Fernando Lopes; Rosana Ribeiro Raposo (rainha dos estudantes de 1974); Ilda Farinha Maçãs; Neline Lucena; Marlene Leitão; Ernesto Carlos Cammele; Rudy Meyer; Malio Ponzi; os irmãos Dídimo, Cláudio e Otávio Santos Lins; Ivaldo Maia Júnior; Betânia Freira; Cléa Falcão; Luis Falcão; Edmar Leite Filho; Marcone Chaves; Carlos Castro Lira; Elizabeth Meira Lins; Marcelo e Luciana Lima; Frederico Buarque de Gusmão; Geraldo Guidotti; Maria Goreti Ramalho; Raquel Carrilho; Ana Lúcia Castelo Branco; os irmãos Maynar; os integrantes do grupo musical “Enxutos & Ensopados¨ Fred Vieira de Melo (boneco), Carlos Alberto Rangel e Alexandre Bernado da Silva; Jairo Trezena Ferreira; Marcelo Cabral da Costa; Frederico Patury; Giba Barão; os irmãod Zezito, Roberto, Vera, Márcia e Lucila Padilha; Ricardinho Brenand, Frederico Henriques, Laerte Souza Filho (Letinho); Roberto Parmera; as irmãs Cristina, Virgínia e Aline Botelho; os irmãos Edson, Fernando e Tonico Costa Lins; as irmãs Noemi e Carmita Rangel Moreira; Lídia Fonseca Silva; Aroldinho Colares; Caio Pereira; Sônia Malta; Godofredo Farias; os irmãos Rômulo e Romildo Menezes; Elisabeth Zelaquette; Cléa e Junior Maia; Eduardo Bitencourt; Jorge P. Queiroz; Junior Ventola; Daniel Aleixo; Expedito Arruda; os surfistas Dentinho, Robson, Luli, Flávio, Gordo, Amin, Joca, Jupi, Fernando Paiva e Junior Parafina.
O “quem me quer” boa-viagense era repleto de jovens se exibindo tal qual manequim em vitrine de lojas, pois a MODA das grandes grifes estrangeiras aportara no Recife. Os rapazes de classe média já tinham seus carros (novos ou usados) alguns deles possuíam apelidos e, quando não, os seus donos tornaram-se conhecidos por alcunhas (às vezes indesejáveis), tais como: Boy Aranha, Mauricio Cospe Bala, Dick Vigarista, Rui “Mais Uma”, Cruz  “Cocô”, Helinho Mota (gordine), Cisne Branco, Valderez “a cafona”. 
Do grupo dos motociclistas (pioneiros) da nossa orla, que freqüentava o “quem me quer” desde o final do ano de 1960, lembramos de Luiz Antonio Pereira, conhecido por Totó, e o seu irmão José de Alencar Pereira Neto (Zeco), ambos paulistas, que haviam chegado ao Recife em 1968. O “Zeco” foi vítima de um grave acidente com a sua moto, mas escapou da morte, com a graça Divina. O nosso amigo Totó casou-se com Solange Mendes, uma mineira que aqui aportou e continuam residindo na nossa praia!

10 comentários:

  1. Conheci Ana Katia Spencer em S. Paulo em 1978 foi minha madrinha de casamento e depois ela se mudou de S. P. e nunca mais nos falamos Gostaria muito de voltar a ve-la e falarmos . Se alguém do grupo souber dela por favor passe o meu tel. e o meu face e ela . fone : 13 997015635 Nome : Edmilson

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    1. Esta moça, Ana Katia Spencer Chaves de Holanda, seria se Gravatá-PE, filha de Augusto Holanda e Madalena?

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    2. Ana Katia ta morando em Madrid tem mais de 30 anos.

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  2. Frequentei muito a "avenida" nas tardes de domingo. Era uma emoção inquietante estar entre tantoa jovens, todos felizes, todos bem.

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  3. asi em Recife e morei desde a infância em Boa Viagem,com passagem por Paulista/PE pelo trabalho de papai,que era piloto.Moro até hoje em Boa Viagem,depois de ter morado em 2 estados do NE e passado uma pequena temporada em Belém.É admirável a reconstrução de tantos nomes pela memória de alguns poucos.Deviam ser assíduos nos bancos da av.Boa Viagem.Lembro de ter chegado com a família em 1974 de volta a Recife - meus 14 anos.Em 1975 fui com minha irmã mais velha e uma das amigas dela do edf.Nápoles.Pegaram o carro de mamãe emprestado e eu conheci esse "quem me quer" da zona sul de dentro do carro e no banco de trás.Eram jovens mais velhos que eu.fui observadora da história.Lembrando que o 'original' "Quem me quer" é na rua da Aurora de frente para o cinema São Luis.Excelente registro

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  4. Frequentei muito. Excelente época.

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  5. Esta moça, Ana Katia Spencer Chaves de Holanda, seria se Gravatá-PE, filha de Augusto Holanda e Madalena?

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    1. Cresce3mos juntos. Ela residia na Av Joaquim Didier em Gravatá. Tinha três irmãos: Hamute, Ari e Alex

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  6. Eita, Tonhao, que coisa gostosa relembrar esse tempo!
    Minhas irmãs e eu chegamos em Recife em
    Julho de 1971, quando o papai foi convidado para ser gerente de uma fábrica que estava sendo implantada em Goiana.
    Fomos amigas de muitas pessoas aqui citadas e outras se tornaram amigas para a vida toda. É o caso da Família Feitosa, com quem mantemos uma relação quase de irmãos e a Família Blanke que se tornou Família de fato, uma vez que
    Willy (Guilherme) Blanke e minha irmã Patrícia estão casados há mais de 40 anos e formaram uma família linda , com um casal de filhos e
    quatro netos.

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