quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Capitulo 11



Casos e “Causos”:



UMA MANHÃ NO CABANGA

N
uma manhã primaveril, fomos (eu e vários amigos) ao Cabanga Iate Clube, do qual éramos sócios. Lá estavam, dentre o nosso grupo, Rui Camboim de Castro Paula, Wilson Calado Júnior, e mais umas quatro ou cinco amigas. Vez por outra fazíamos esse programa de ir para as piscinas do Cabanga, principalmente, quando a praia estava com a maré cheia. Enquanto Calado Júnior e Rui “Mais Uma” estavam se banhando na piscina, eu e as meninas conversávamos sentados e ou deitados na borda da piscina, frente ao bar, quando um alto empresário recifense, vindo ao nosso encontro, visivelmente embriagado, me perguntou se eu era parente de Calado. Respondi-lhe que sim! O velho intruso começou a falar amenidades, mas, de súbito, veio a me sugerir convencer as garotas a irem para um programa num motel. Uma delas chegou até a escutar a proposta ficando inerte diante de tamanha ousadia. P... da vida, porém calmamente, sugeri  ao velho decrépito que, antes de tudo, ele convidasse uma “gatinha” que se encontrava na borda da piscina infantil do clube tomando banho de sol com um minúsculo biquíni. O velho, ao se virar, reconhecendo a apontada como uma de suas filhas, redargüiu: “É MINHA FILHA!”, e eu, já possesso, de logo, chamei-o de “Filho da p...”. O crápula se jogou na piscina indo ao encontro da matrona de sua mulher, uma jamanta de gorda, que freqüentava quase todos os domingos com as suas lindas filhas aquele parque aquático. A partir de então, aquela figura não mais me encarou quando nos cruzávamos no calçadão da avenida.

A CELEUMA EM TORNO DO CARNAVAL DO RECIFE

No governo biônico de Eraldo Gueiros Leite, na década de 70, tendo em vista a proibição do tradicional Corso Carnavalesco, uma das marcas registradas do carnaval popular brasileiro, várias turmas de Boa Viagem resolveram “enterrar” o carnaval do Recife. O advogado Tonho, junto com Eduardo Feitosa (hoje corretor de imóveis) adquiriram um caixão de defunto, colocando-o em cima de um Volkswagen verde, com Eduardo vestido de mortalha e com a máscara de terror, iluminada por lâmpada, escondida na roupa. O “séqüito” saiu de frente da casa da família Addobbati, com três automóveis e quatro motos, fazendo barulhos ensurdecedores com as suas buzinas. Ao passar já no Le Bretagne e no Cote D’ Azur o número de veículos e de motos já chegava a sessenta. Os moradores de Boa Viagem, nas janelas dos prédios, acenavam o “adeus”, alguns até com lenços e panos brancos. Ao chegar à Avenida Guararapes (sentido centro-subúrbio) e atravessar a Ponte Duarte Coelho, em vez de pegar a Rua da Aurora, a caravana retirou os cavaletes que impediam entrar na Avenida Conde da Boa Vista e seguiu até frente ao bar Mustang, que anteriormente era o “point” carnavalesco do Recife. Minutos depois do estacionamento dos veículos, um grupo de policiais prendeu o advogado levando-o para a Delegacia de Santo Amaro, atrás da antiga Sael. Tentaram enquadrá-lo em vários dispositivos: desrespeito à religião, atentado à moral e aos bons costumes e subversão da ordem política e social. O delegado Ricardo Pontual ao conversar com Tonhão, chegou à conclusão de que só houve desobediência civil de trânsito, não sendo competente para enquadrá-lo em qualquer artigo penal.
A conclusão do delegado se deu em função de que o caixão, que conduzia o “defunto” Eduardo Feitosa não tinha nenhuma inscrição ou figura religiosa, nem tampouco houvera atentado ao pudor, uma vez que o verso transcrito em papel cartoline, omitira a pornografia. O verso era o seguinte:

“Adeus carnaval do Recife,
nunca mais me verás tu,
criei ferrugem no dente,
teia de aranha no ...”.

A prisão do advogado proprietário do veículo saiu em edição extraordinária na TV GLOBO NORDESTE (na época ainda em imagem preto e branco), e, no dia seguinte, os dois jornais pernambucanos estamparam a notícia em manchete de primeira página, sendo que um colunista pernambucano tomou as dores do advogado, defendendo-o da brincadeira feita.
Esse enterro simbólico do carnaval do Recife veio ajudar e muito o carnaval de Boa Viagem, carnaval este que em tempos depois se acabou por politicagem do governo da época há uns sete anos aproximadamente.
Tal fato até hoje, vez por outra, é lembrado por pessoas que encontram os seus protagonistas.
Sobre o acontecimento, o JORNAL DA SEMANA de 3 a 9/03/1974, fez o seguinte comentário:

“Pois é, falaram tanto que o carnaval do Recife estava morrendo que a profecia está se concretizando. Mesmo porque um irrequieto e bem humorado cidadão desfilou pela cidade com um esquife simbolizando o evento e acabou em cana. Acontece que é exatamente por causa dessas coisas que o carnaval está morrendo. Ninguém pode dar um passo além daquilo que as autoridades acham ser certo e bom. E tome arbitrariedade. E o povo, com medo, vai para as praias ou se tranca em casa. Para não ser preso. E o carnaval? Pêsames nossos...”.


“OS GRITOS DE CARNAVAIS DO CLUBE DA AERONÁUTICA E SEUS PENETRAS”

As prévias carnavalescas do Clube dos Oficiais da Aeronáutica eram animadíssimas. As mesas e convites eram vendidos com muita antecedência do dia do baile. Muitas vezes, não se conseguia comprá-los devido à grande procura. Mas os mais espertos sempre conseguiam penetrar, burlando o forte esquema de vigilância dos brutamontes soldados da Polícia de Choque da Aeronáutica. Uma das táticas, a mais comum, era a de se passar por músico ou batuqueiro das orquestras ou das escolas de samba. Bastava um dinheirinho no bolso de um dos componentes, um trocar de camisas, e, pela porta lateral, perto das piscinas, entrávamos como componentes do grupo musical tocando pandeiro, tamborim, ou até mesmo a difícil cuíca. Certificando-se de que tudo estava normal o falso músico, jogava por cima do muro a camisa da escola de samba para que o verdadeiro instrumentista pudesse entrar, sob o pretexto de ter chegado atrasado. E assim, os penetras brincavam quase que de graça, nos famosos bailes pré-carnavalescos do Clube da Aeronáutica do Recife.                 
Lembramos que, numa dessas festas, a tradicional “Mamãe eu quero voar”, um dos irmãos gêmeos, Rômulo ou Remo Lisboa, chegou a ser preso pelos policiais e expulso do clube por denúncia de alguém a algum diretor. Rômulo e Remo eram dois cariocas, filhos de um Coronel do Exército e moravam na Vila ABC que ficava entre as Ruas Padre Carapuceiro e Bruno Veloso, cujas casas, em sua maioria, pertenciam à matriarca D. Joana Dhália da Silveira, conhecida por todos como Dona Santinha. Com fama de travessos por suas traquinices, os gêmeos, eram visados por grande parte dos moradores de Boa Viagem. Não era de estranhar, vez por outra, nos dias de missa na igreja, encontrar um deles deitado, rente á parede do templo, curtindo um bom sono de ressaca da noite mal dormida. Ambos marcaram época pelo comportamento buliçoso, num tempo de uma educação familiar bastante rígida.  Mas, de verdade, eram rapazes de boa índole.

“O VELEIRO” E AS SUAS FIGURAS EXÓTICAS.

Meados de 1960, inaugurou-se em mossa praia uma choparia denominada “O VELEIRO”, a primeira e maior casa de diversão do Recife na época. O VELEIRO tinha serviço de bar e restaurante na sua lateral direita e um dancing central na parte frontal do prédio. Nos jardins grandiosos se aglomeravam um número elevado de mesas e cadeiras, por todos os cantos e, no centro, um palco elevado onde se exibia uma banda de música fardada à caráter (fanfarra), que tocava todos os tipos de músicas. Parecia uma praça antiga do velho Recife com o seu coreto, onde as bandas de músicas de antigamente faziam as suas exibições públicas, semanal ou mensalmente. Foi a era dos grandes festivais da MPB (música popular brasileira) e do “yê yê yê”, promovidos pelas estações de televisão e, sem  dúvida, o período mais fértil da criação musical brasileira, quando despontaram: Vinicius de Moraes, Antonio Carlos Jobim, Luis Bonfá, João Gilberto, Toquinho, Baden Powell, Agostinho dos Santos, Antonio Maria, Pery Ribeiro,  John  Alph, Dick  Farney, Sérgio Ricardo, Chico Buarque, Nara Leão, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Maria Betania, Gal Costa, Geraldo Vandré, Cartola, Elis Regina, Jair Rodrigues, Wilson Simonal, Maestro Cipó, Nelson Cavaquinho, Clara Nunes, Benito de Paula, Sueli Campelo, Moacir Franco, Roberto Carlos, Erasmo Carlos, Wanderlei Cardoso, Vanderléia, Vanusa, Jerry Adriani, Antonio Marcos, Rony Von; sem se esquecer dos nossos Nelson Ferreira, Capiba, Aldemar Paiva, Claudionor Germano, Luiz Gonzaga, Getulio Cavalcanti, Geraldo Azevedo (este último, companheiro de serenatas  em Pau Amarelo e Janga, da “esquerda festiva,” dos anos sessenta).
Nos finais de semana, era difícil conseguir mesas, salvo para aquele que chegasse cedo. O ambiente era de todas as faixas etárias e passou a ser o melhor ponto de encontro da cidade, principalmente, para os separados, solteirões, casais e jovens enamorados ou paqueradores. Ressalte-se que, mesmo após as grandes festas em clubes sociais do Recife, muitas pessoas ainda passavam no Veleiro para tomar uma cervejinha ou jantar. Ali aconteceram muitos “causos”, e alguns dos assíduos freqüentadores tinham até apelidos picantes frutos da imaginação fértil e do espírito gozador dos boêmios. Lembramos de três irmãs solteironas que paqueravam até bicho quando passava. Era o trio Palmolive: talco, creme dental e sabonete.

“RATO BRANCO”

Um outro freqüentador do Veleiro era um galego avermelhado que usava óculos com lentes grossas (fundo de garrafa), mas de tão feio era seguidamente rejeitado pelas coroas por ele convidadas para dançar. Numa dessas vezes chegamos a contabilizar, em menos de dez minutos, cinco “foras” (rejeições) seguidos. O apelido do solteirão era “Rato Branco”. Bastava passar “um rabo com saia” que o cidadão se virava para olhar lascivamente e, sem nenhum pudor, a transeunte. Talvez, por esse comportamento anormal é que se dava a rejeição. Esse homem, diziam, era um grande fabricante de cachaça do interior do nosso Estado e usava trancelim, anel de bacharel em direito (sem nunca ter estudado) e relógio de ouro de forma ostensiva, talvez para provar o seu “status” social e obter a simpatia do mulheril.

O MALTRAPILHO

Numa dessas noitadas no Veleiro, vários amigos do Recife e de São Paulo, chegaram mais cedo e ocuparam várias mesas em frente a um dos portões. Dentre o grupo havia uma conhecida do meu irmão José Carlos, vez que, frequentavam o Iate Clube do Recife e o British Country Club. Como cheguei atrasado ao encontro, por certo, algum comentário ameno do grupo se dirigia à minha pessoa, naturalmente, como o anfitrião que chegara atrasado. Quando me apontei no portão da entrada, de logo enxergando o pessoal, fui ao seu encontro. Cumprimentando todos, sentei-me junto a uma “paquera” e, após ser apresentado à amiguinha do meu mano, qual não foi a surpresa, a de escutar: “Você é o irmão de Zé Carlos?”. Respondi-lhe: “Sou”, e ela continuou: “Mas, você é muito diferente dele, Zé Carlos é muito elegante e... você...”. Redargüir-lhe: “Péra aí! Por acaso eu estou nu?”. E a “distinta” mocinha respondeu um sonoro “NÃO”, então eu, risonhamente, completei: “É... estou satisfeito com a sua resposta”. Risos generalizados. E assim fiquei tentando me conter para não chamá-la de “bafo de onça”, já que a socialité, era conhecida pelo seu mau hálito (halitose).

UM NORDESTINO NO RIO

Na vida nós passamos por muitas surpresas boas e más. Uma delas, na minha primeira oportunidade de conhecer o sudeste, particularmente, a cidade do Rio de Janeiro, em 1967.
Fui ao Rio de Janeiro, na perspectiva de prorrogar o meu estágio como Oficial da reserva do Exército, em unidade que fosse perto de uma faculdade de Direito, para concluir o curso.
Não tive sorte! Só havia vaga em unidades militares interioranas onde não existiam cursos de Direito.
Pedi meu desligamento. Resolvido o assunto, fui à praia de Ipanema, reduto tão decantado pelo movimento musical bossa-novista, onde o mulheril sarado “flutuava” na areia cinza carioca.
Surpresa grande! Encontrei o nosso amigo Mario Machado passeando pela beira mar em folga que teve do vestibular do ITA, se me parece. Foi uma festa!
Na areia ressecada pelo sol, há poucos metros de frente da Rua Rainha Elizabeth, uma bonita e loira coroa, sentada numa cadeirinha lia, ou fazia de conta ler, o seu jornal predileto, entremeando a sua leitura com olhares gulosos à minha pessoa.
Incitado pelo companheiro, dirigi-me nervosa e galantemente à linda mulher, que de logo foi falando: “Já sei que você não é daqui!”. Respondi-lhe: “Não... não sou mesmo ! Sou do Recife”. E a coroa, rapidamente disse-me: “Você me desculpe que eu sou casada e não posso me encontrar com você aqui, mas....”. Antes dela completar, o arataca nordestino, tremendo que nem vara verde em temporal, cortou a conversa da coroa, dizendo-lhe:  “Não.. não...não. Desculpe-me  importuná-la” e saiu de mansinho, todo envergonhado, pensando ter levado o maior “fora” do mundo, da madame que continuou  a olhar, gulosamente e sorrindo.
Passado o nervosismo, o mestre Mário perguntou-me sobre o que a mulher tinha me falado. Repeti-lhe, o que dela ouvira: “Você me desculpe, que eu sou casada e não posso falar com você aqui, mas...”. E o amigo experiente no trato com as cariocas, disse-me: “Tonho, que ‘cagada’ essa tua! A mulher apenas lhe falou que não podia conversar aqui na praia, mas...”. Só aí que entendi a bobeira que dei! E o pior: a coroa apanhou os seus apetrechos de praia, se levantou e saiu rindo da minha “vacilada”, deixando-me mais furioso ainda! 

“O TIRO QUE SAIU PELA CULATRA” (POR SORTE!)

Outra história quixotesca dos jogos do Rififi aconteceu no campo do Mata Sete, que ficava por trás do hoje Restaurante Buongustaio Família Giuliano.
Foi um jogo chamado de “clássico da várzea”. Jogo duramente disputado com torcida fanática. O time visitante veio de Casa Amarela num caminhão, com toda a sua torcida.
Um dos torcedores do clube de Casa Amarela começou a atiçar os seus defensores para “largar o pau” no atacante Tonho do Rififi, que corria muito e era um dos artilheiros do time.
De tanto ouvir impropérios ou pornografias do torcedor, Tonhão pegou a bola e a chutou contra o fanático torcedor adversário que, se contorcendo em dores, avisou que “as coisas não iriam ficar assim” e, logo voltou com um revólver na mão. Tonhão, conhecido como temperamental ou de pavio curto, com um tijolo na mão e a sua voz de trovão, gritou para o meliante “Seu porra revólver só atira na mão de homem” e, fazendo menção que ia jogar o tijolo em cima do indivíduo, não foi que o mesmo saiu correndo com a arma na mão e o Tonhão atrás dele gritando: “Vou pegá-lo seu filho da puuu-.ta...”.
Por sorte, nada aconteceu com ninguém, todavia, só agora, depois de muito tempo, concluímos o quanto idiota fomos.


O JOGO NO PRESÍDIO

Contou-nos o amigo Ricardo Rodovalho de Lira que o Rififi Esporte Clube foi convidado a participar de um jogo, na antiga Casa de Detenção do Recife (atualmente a casa da cultura), contra um time de detentos daquela casa de custódia.
A partida de futebol de salão era uma das atrações da programação sócio-desportiva do dia do presidiário promovida pela direção da casa.
Ocorreu que durante o jogo Ricardo (porquinha) demorou com a bola nos pés o que fez Breno Silveira gritar: “Ricardo, cuidaa-do com o ladrããão!”. De rompante, um espectador presidiário gritou: “ladrão, uma pô-ô-ô-rra! Ele é assassino e assaltante!”.
O time do Rififi ficou rindo e o “ladrão de jogada de bola” proporcionou o único gol dos presidiários. Gréia geral. E o “gaiato” do torcedor foi retirado da arquibancada pela guarda do presídio. O Rififi terminou o jogo vencendo de 5 x 1.


O APARTADOR DE BRIGAS

Por algumas razões desconhecidas, Wilson Calado (Sidney Magal) se envolveu numa briga na calçada do antigo Hotel Miramar (hoje Monte Hotel), onde existia a boate Cave. Tonhão (Amassa Barro), primo de Calado, no auge da animação dentro da boate, foi chamado às pressas para apartar a briga. Pior foi que o agressor de Calado resolveu deixá-lo de lado e brigar com Tonhão, levando um bufetão no nariz, esvaindo-se de sangue, o que transformou a camisa rosa (que o Amassa Barro usava) em cor de vinho. O pessoal amigo quis levá-lo ao hospital, no pressuposto de que o primo de Calado estivesse ferido, já que a sua camisa estava toda ensangüentada.
Mero engano. Ao ver que tudo estava normal saíram várias pessoas para comemorar o embate de “Vale-Tudo” no Bar do Derby, com levantamento de copos de cerveja, em brinde geral. Já tardiamente, na praia, alguns da turma de Calado encontraram o seu agressor com esparadrapo no nariz e um braço na tipóia por ter caído abraçado com Tonhão, de uma altura de quase um metro do batente da calçada perto da entrada do hotel.
Ivaldo Maia, com a espirituosidade que possui, inventou de logo uma música, cuja letra é a seguinte:

“Ouvi um grito no meio do salão
Calado chama Tonhão,
Que está feita a confusão!“.

Tal grito de guerra passou a ser sinônimo de gozação todas as vezes que Calado se encontrava com o primo Tonhão, como forma de ironizar a atitude de Calado de se meter em confusões e sair de mansinho, deixando a briga rolar.

A DUPLA “BARRABÁS”

Ivaldo Maia Júnior e Wilson Calado, à época eram chamados de dupla “Barrabás”. Por quê?
Conta-se que ambos chegaram abraçados e totalmente embriagados num bar do Alto da Sé, conhecido por Cantinho da Sé, em Olinda, e começaram a gritar: “Atenção... Atenção... Está chegando a dupla BARRABÁS que toma cana e arrota gás, faz coisa depois de morto, que  vivo ninguém faz”.
O duo era conhecido pelas presepadas que fazia em todos os lugares que freqüentava.
Fala-se que Ivaldo Maia Júnior cismou de, num último dia de um ano, fazer uma visita à família de Calado, no Edifício Portugal.  “Cheio de cana”, ele subiu a escadaria do dito prédio, com seu automóvel SP2, deixando o carro “enganchado”. Ainda não satisfeito, foi tomar banho na fonte d’água que existia no jardim, gritando “CALADO HOJE É O DERRADEIRO DIA DO ANO! VAMOS BEBER!”. Dona Narli, mãe de Calado, teve que descer do prédio para acalmar o “bicho” e mandar tirar o veículo da calçada do portão do edifício.


UMA MENINA INDISCRETA

Como já dissemos, não fosse a ajuda dos muitos amigos boa-viagenses, alguns deles que não os via há mais de vinte anos, não terminaria este livro.
Contou-nos Solange Mendes Pereira, que o escrevinhador (já advogado e com 26 anos) fôra à casa de sua avó paterna D. Nên, no Edifício Manhattan, para apanhar as irmãs Silvana, Silvinha e Suzi Mendes para uma festa de réveillon.
Apresentado à avó e às outras pessoas que o desconheciam, o convidado aconchegou-se no terraço junto com as meninas, ocasião em que a irmã menor (de aproximadamente sete a oito anos), de nome Soninha, resolveu tomar conta do pedaço ao receber carinhosamente uma barra de chocolate. Bastou isso para que a menininha abrisse a boca para contar as fofocas que ouvira das irmãs envolvendo o visitante. A indiscrição da criança fez corar os rostos de todos que estavam no grupo.
Instintivamente, o convidado perguntou: ”Soninha, vamos fazer um trato?”. E a “sapeca” respondeu: “Vamos, tio!”, ele falou-lhe: “Vou te dar mais um chocolate, pra tu não falar mais nada! Legal?”, Soninha respondeu: “Legal, tio!”. Riso geral. Hoje, Soninha, por certo não deve ter perdido a simpatia e também a indiscrição de criança. Será?
À Soninha desejamos que Deus a proteja junto com todos os seus familiares. 

O “PUM” METRALHADOR

Ainda criança, com aproximadamente doze anos, semanalmente, durante as férias de dezembro, a turma do Rififi ou do Posto 04, ia aos cinemas do centro da cidade. Lembramos que, algumas vezes, o médico Jarbas Pernambucano, quando passava no ponto de ônibus do Posto 04, com o seu automóvel, nos dava carona. Éramos cerca de quatro a cinco pessoas
Certo dia, numa sessão no cinema São Luiz, na Rua da Aurora, o colega Mário Janota soltou um “peido metralhadora” e se virou para um outro companheiro perguntando: “Mas fulano, tu não tem vergonha não?”. A vítima ficou tão “arretada” com a brincadeira que passou vários dias sem querer falar com o Janota, só o fazendo depois de um pedido de perdão.
Numa visita que fizemos à família do Mário, em São Paulo, contamos essa sua presepada, deixando-o de “calça curta” junto com os seus.

“O SATANÁS”

Sobre o companheiro Fernando da Fonte (membro do CRI), conta-se que um colega seu de faculdade, ao ir buscá-lo em casa chamou por várias vezes: “Satanás, satanás, satanás!”. O velho pai de Fernando, aborrecido, apareceu na janela e perguntou: “Você está procurando quem?”. O colega do “Satanás” respondeu: “Tô procurando Fernando Satanás!”. O velho Fernando (mesmo nome do filho) respondeu: “Fernando Satanás é a puta que lhe pariu”, e fechou a janela bruscamente.
Os demais amigos de “Satanás” que se encontravam no automóvel ficaram rindo.
“Causos” como esses acontecem quase que frequentemente na turma do CRI, que se revelados ou transcritos em livros por certo roteiristas de programas humorísticos iriam “pegar carona” nas idéias.
Além de Fernando Fonte, outro contador de histórias espirituosas é o atual presidente do CRI, Paulo Camelo (que além de bacharel em Direito, é delegado aposentado e ator de cinema e de teatro). Ambos são conhecidos pelas tiradas satíricas, que dão sustentação às conversas matutinas dos velhos banhistas, alegrando-os e fazendo-os esquecer da idade.
Perguntamos: que seria de nós se não existissem esses caricaturistas da vida que nos fazem sorrir?

RICO RI À TOA

Contou-nos Marco Carvalho que quando Wilson Calado era goleiro da equipe de futebol society do Rififi, teria agarrado uma bola que ultrapassara ou não a linha de gol. Em dúvida se houvera gol ou não, até o juiz da partida ficou. Como Wilson ficou dando risadas, os jogadores do time adversário falaram: “Calado tu tais rindo é porque houve o gol”. Wilson Calado, gaiato que era, respondeu: “Estou rindo porque rico ri à toa!”. Riso geral.

sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

Capitulo 12



SAUDADES DOS QUE SE FORAM



A
 nostalgia nos faz lembrar de pessoas que souberam carrear boas e muitas amizades, porém, partiram muito cedo, deixando gratas lembranças. Pessoas que eram extraordinariamente alegres e simpáticas, mas que nos deixaram órfãos dos seus convívios e, até hoje tristes, principalmente, quando por algum fato, ou acontecimento, fazemos alguma ligação direta ou indireta com elas.

CARLOS AUGUSTO DE MELO RESENDE (CARLINHOS QUEIMADO)

Lembramos de CARLOS AUGUSTO DE MELO RESENDE, nosso amigo que estudava no Colégio Marista e que foi campeão sul-americano de atletismo. Um rapaz simples e de uma boa educação, um verdadeiro amigo de todos que o circundava. Carlinhos era um romântico adepto, vez por outra, do platonismo com incursões poéticas e muito querido pela jovem guarda da época.

“O VELHO GUEDES”

Febrônio de Oliveira Barros, o popular “velho GUEDES”, “PERUERÊ” ou “COMUNISTA” para a turma do Rififi. Quem não o conheceu nos idos de l970? Quem? Para a juventude de Boa Viagem era o mais brincalhão aposentado da praia e o maior torcedor do Rififi Esporte Clube. Nascido em Santana do Mato, Rio Grande do Norte, em 13/03/1910 e falecido em 16/04/1980, o velho Guedes foi casado com D. Guiomar de Oliveira Barbosa, com quem teve três filhos Wellington de Oliveira Barros (médico), Iolete de Oliveira Barros (funcionária pública) e William de Oliveira Barros (tenente-brigadeiro do Ar).
Dos três apelidos, só o de comunista é que sabíamos a origem. A turma do Rififi foi quem lhe ofertou a alcunha, uma vez que o velho Guedes, como fervoroso torcedor, gritava, agitava e perturbava quando os jogadores erravam uma jogada.
Seu Guedes onde passou deixou saudades àqueles que com ele conviveu. Em Fortaleza, capital do Ceará, foi fundador e nadador do Náutico Atlético Cearense, onde era cognominado de “Pereruê”. Seu nome e apelido estão expostos numa placa em sua homenagem em parede do salão de estar da agremiação cearense, numa prova inconteste de quem bom foi e continuou sendo até a sua morte. Exemplo de vida, de caráter, de simpatia, de dignidade e de simplicidade.
Seu Guedes foi também um dos precursores do “FRESBEE” em Boa Vigem, além de ótimo jogador de frescobol, tênis de praia, ao ponto de fazer raquetes em madeira de lei, que eram cobiçadas pela famosa juventude dourada.
Na capital do seu Estado, Natal, o velho foi cognominado de Guedes, não se sabendo a razão. Supõe a sua filha Iolete, que o prenome Febrônio talvez não soasse bem, por isso alguns dos seus amigos resolveram chamar-lhe Guedes.
Em dezembro de l980, no almoço comemorativo do Rififi Esporte Clube, realizado no BAR DO DERBY, o velho Guedes foi muito bem lembrado pelos seus súditos, em discurso que fez muita gente chorar de emoção e de saudades.      

JORGE VIEIRA - O “GURU” DE BOA VIAGEM

JORGE DE ARAUJO VIEIRA, nascido em 07 de agosto de 1929 na vila militar, no bairro dos Afonsos, cidade do Rio de Janeiro – antigo estado da Guanabara - tendo passado toda a sua adolescência em São Paulo, quando entrou para a aviação comercial, como comissário de bordo da antiga Panair. Depois passou a trabalhar na Real Aerovias e, posteriormente, em outras companhias aéreas brasileiras, ficando em atividade por mais de 20 anos, tanto em vôos nacionais como internacionais. Casou-se em São Luiz do Maranhão com Maria Hélia Maninho, natural da cidade de Barra do Corda e, logo depois vieram morar em Recife – PE. Deste casamento, que durou exatos 49 anos (quando de sua morte), tiveram 2 filhos: Armando José Vieira Neto (primogênito) e Jorge de Araujo Vieira Junior.
Ele foi um dos idealizadores do Clube do Limão, que veio a ser tornar o maior point dos domingos da zona sul, atraindo empresários, políticos, jornalistas, profissionais liberais e gente do meio social da nossa terrinha.
Jorge Vieira foi uma pessoa incomparável, um amigo de muitos amigos e grandes emoções, um homem simples de hábitos refinados, um brincalhão por natureza, um grande líder da zona sul do Recife, um homem que dizia que “os amigos não têm defeitos, os inimigos caso não tivessem, passariam a ter”.
Por mais de três décadas à frente da presidência do Clube do Limão Jorge Vieira tornou-se uma das pessoas mais conhecidas na orla de Boa Viagem, com respeito e admiração de todos que conviveram ao seu lado. Sem duvidas, ele é tido como um homem além o seu tempo, uma pessoa que conseguiu fazer de uma simples brincadeira, o clube de praia mais antigo no nordeste e o mais conhecido ponto de encontro de toda zona sul de toda Boa Viagem.

SIMONE ARAÚJO MENDES

Nascida em Pedra Azul-MG, em 24/04/1957. Veio morar em Recife em 1961, quando tinha quatro anos de idade, tendo estudado no Instituto Boa Viagem, na Rua dos Navegantes, e depois no Colégio Santa Maria até a conclusão do segundo grau. No Colégio Santa Maria lecionou português para o primeiro grau, concomitantemente estudava no curso de Letras da Universidade Católica de Pernambuco, não concluindo o referido curso, pois, ao se casar teve que ir morar em São Paulo. Para aqueles que a conhecia, Simone tinha as seguintes características mais marcantes: muito bonita, extremamente vaidosa, tinha facilidade em fazer amigos e levava as amizades muito a sério. Muito espontânea e engraçada. De pavio curto, todavia não possuía inimizades. Faleceu em 27/01/1987 (numa sexta-feira de Carnaval), deixando um filho de nome Bruno, hoje com vinte e sete anos, e formado em Administração e Marketing, morando atualmente em Belo Horizonte.
Simone era uma moça que deslumbrava todos que a cercavam. Uma mineira bonitona e elegante, com o biotipo da rainha egípcia Cleópatra e o charme de Jaqueline Kennedy. Verdadeiramente, a nossa amiga nos deixou muitas saudades. Prova disso foi a quantidade de pessoas que compareceu à sua missa de Sétimo Dia após o carnaval de 1987.

JOSÉ DORGIVAL DE CARVALHO (VAVÁ)

O amigo JOSÉ DORGIVAL DE CAVALHO, nosso Vavá, se foi tragicamente nos idos de 1988, vítima de um incêndio em seu consultório dentário. Chamado às pressas pelos vizinhos, ao arrombar a porta da sua sala, um forte estrondo com chamas, levou-o a sofrer queimaduras. Conduzido ao hospital, veio a falecer dias após o acontecido.
Vavá, assim ele era conhecido pela família e amigos. Uma pessoa muito especial para nós, de coração alegre, generoso e gostava bastante de participar das obras de Deus, ajudando as pessoas carentes. Era comunicativo e sempre buscava a realização dos seus ideais. Praticava esportes nas horas vagas como voleibol e futebol, junto com os amigos do RIFIFI, tornando nossos momentos ainda mais agradáveis.
Ficaram para nós as maravilhosas lembranças das experiências que compartilhamos com ele. Saudades de tempos inesquecíveis que não voltam mais.

EDNALDO “MACACO”

EDNALDO FERREIRA DE MORAES, engenheiro civil, membro da “Confraria do Vagão”, clube particular que se situava no final da praia de Candeias. Foi ele, juntamente com a nossa amiga Clara Blanck, à época estudante de arquitetura, os responsáveis pela reforma estrutural do clube (Clara, que hoje mora na Alemanha, nossas lembranças e reconhecimentos). O nosso amigo “macaco” (apelidado por ter muito pêlo no tórax) faleceu ao reagir a um assalto no próprio clube que ajudou a construir.

SEVERINO JOSÉ CAVALCANTI FERREIRA JÚNIOR O “JUNIOR BALA”

Severino José Cavalcanti Ferreira Junior, filho de Severino José Cavalcanti Ferreira e de Catharina Amélia Ferreira Lemes Valladão Cavalcanti Ferreira, nasceu em 28 de maio de 1958 na cidade de São Paulo, capital do estado de São Paulo, vindo logo depois a morar em Boa Viagem, Recife-PE. Tinha como irmãos José Maurício Valladão Cavalcanti Ferreira, Catharina Amélia Valladão Cavalcanti Ferreira e Ana Cristina Valladão Cavalacanti Ferreira. Estudou no Instituto Brasil e depois no Colégio Nóbrega, se formando em Direito na Faculdade de Direito de Caruaru. Não exerceu a advocacia, preferindo a carreira política, onde foi por duas vezes eleito prefeito da cidade de João Alfredo, sendo que em uma delas obteve a maior margem de votação de todas as eleições municipais naquele município. Veio a falecer em desastre rodoviário, em plena campanha política, para deputado estadual em 17/08/2002, quando saía de um comício de Pombos, agreste de Pernambuco, para outro comício em Custódia/PE. Faleceu com a sua senhora, Dona Surama Cunha Cavalcanti Ferreira e o seu motorista, deixando um casal de filhos: Thaís Cunha Cavalcanti Ferreira e Eduardo Cunha Cavalcanti Ferreira.
Antes de vir a sofrer o desastre soubemos que Junior Bala, como era chamado pelos íntimos, passou na casa do seu amigo Zé Emílio Calado para se despedir dizendo que ia fazer uma viagem e não retornaria, e, por ironia do destino, de fato ele não mais retornou ao nosso convívio.
Severino “Junior Bala” era um cara simpático com os amigos. Vivia com um sorriso estampado no rosto, como diziam: “que nem a farmácia Jaime Da Fonte, aberta 24 horas ao dia”. Quando bebia era um gozador com as pessoas que o cercavam. Certo dia, no aniversário na casa dos irmãos “Calado”, Wilson, Zé Emílio, Narlizinha e Cydia, e mais outros amigos, um deles perguntou-lhe se ele tinha arranjado alguma mulher. Junior Bala disse que conhecera uma garota linda, “gostosíssima” e rica de São Luís do Maranhão, num vôo de chegada de viagem ao Recife. Outra pessoa do grupo duvidou dessa história e, Junior Bala prometeu apresentar a tal namorada, no outro fim de semana. Cumpriu com o prometido, apresentando à Dona Narli, mãe dos “Calado”, uma garota com mini-saia, botas até o joelho, blusa decotada e falante errada. Descobriu-se logo, que se tratava de uma “puta” de Madalena. Taí: vejam como era a pessoa do nosso estimado. Júnior Bala.
Conta-se também de Junior que, ao abalroar num poste na Estrada da Imbiribeira, livrando-se de um cachorro perdido, acabou com o seu automóvel, sofrendo por sorte poucas escoriações. Perguntado por Dona Amélia, sua genitora, “porque não matou o cachorro em vez de bater no poste?”, ele respondeu: “Mãe, boêmio como eu, não pode matar outro boêmio perdido na madrugada”.
Por força desse acidente, Junior passou um mês sem freqüentar a vida noturna, principalmente a boate Inconfidente, que ficava no Hotel Vila Rica. Semanas depois, já refeito, ao chegar na boate do dito hotel, o maitre, Ivan, pediu para que tocasse a “Volta do Boêmio”, ocasião em que houveram palmas de todos os lados, numa verdadeira “apoteose boêmica”.
Esses “causos” dão-nos o retrato da pessoa boa que o era, merecendo que perpetuemos neste livro a sua memória, tal como os que aqui falamos.



EDILSON DE SOUZA RODOVALHO O “ALICATE”

Recentemente em onze de setembro do corrente ano, veio a falecer o companheiro “rififense” Edilson de Souza Rodovalho. Recebemos da família do amigo Luiz Augusto Vieira da Cunha, a elegia que se segue, a qual transcrevemos com muita satisfação:
“Hoje a terra amanheceu mais triste por saber que não mais servirá de base às tuas pegadas. Porém, o Céu este se abriu em sorrisos, colorido com as cores do arco-íris, para receber-te em festa, já que lá será a tua última morada.
Os anjos bem que tentaram levar-te mais cedo, protegendo-te do calor do meio-dia, mas... Como estavas dividido em dois mundos – um dos quais te afastaria do toque da pele daqueles que sempre te amaram – permitiste que o som do teu coração voltasse a tocar em teu peito, celebrando uma breve despedida, entoando um hino ao amor que semeaste.
Procuraste ser justo até com o dia da tua partida, dividindo-o ao meio. Dia este que representa, aos olhos do mundo, um marco na vida de milhares de pessoas que assistiram impotentes, os seus entes queridos inocentes, ser sacrificados em nome de uma causa que não era a deles. Portanto, não poderia haver uma data mais simbólica que esta, a que o Pai escolheu, para chamar-te de volta pra casa: o dia em que os povos do mundo inteiro fazem uma corrente de energia positiva, em forma de oração! Vais! A Ele só interessa o teu magnânimo espírito, que apesar da viagem, chegará perfeito, já que do teu corpo sofrido nada ficou para aperfeiçoar outra vida!
Conosco fica a saudade, com todas as marcas de fé, amor ao próximo, perseverança, retidão e alegria que deixaste em nossos caminhos.
Muita paz, muita luz nessa nova etapa que hoje se inicia. Pois cada dia mais me convence de que O FINAL NÃO EXISTE E SIM QUE TUDO É UM ETERNO RECOMEÇO.
Até de repente, Edilson!”. (Escrito por Selma e Luiz Augusto, filhos: Alexandre, Bruno, Cláudia, Rodrigo; netos: Maria Eduarda, Brenda e Nathália).
Do autor: Lamentamos que os irmãos consanguíneos de Edilson, não tenham lhe dado a atenção desejada nos últimos dias de sua vida. Não fosse a assistência pessoal de sua prima, a Dra. Ana Maria Freire Paiva, a sua morte seria mais dolorosa ainda (o discurso de uma das filhas de Edilson, no velório, chamou-nos a atenção por este fato).

LAERTE CAMPOS DE SOUZA FILHO (LERTINHO)

Laerte Campos de Souza Filho, boa-viagense nativo, nasceu em 25/09/1952. Filho do engenheiro químico Dr. Laerte Campos de Souza e D. Stella Machado de Souza, logo cedo Lertinho perdeu a sua genitora no desastre das Lojas Brasileiras 4.400 (desabamento que aconteceu na Rua Nova na década de 1950).
Lertinho, como era muito conhecido na orla, fazia parte do grupo do posto 04, ligado aos filhos do empresário Luciano Costa: Marquinhos, Marta e Elzinha Costa. A casa dos Costa (estilo moderno) serviu como cenário de filme nacional dirigido e produzido pela cineasta Aurora Duarte.
Laerte, no início da década de 1990, teve um aneurisma cerebral muito forte que o deixou com seqüelas. A sua memória do passado era muito boa, já com relação a fatos e acontecimentos recentes falhava muito.
Em maio deste ano, o nosso amigo Lerto, foi acometido de um novo derrame cerebral vindo a falecer no dia 30/05/2008. Na época que teve a sua primeira isquemia cerebral, aproximadamente 1992, ele era um empresário da indústria de calçados e tinha uma independência financeira razoável. Formou-se em engenharia civil, no entanto não exerceu a profissão.
Soubemos do seu falecimento ao tentar, recentemente, falar pelo telefone com Lerto que durante as nossas andanças pelo calçadão, nos deu informações valiosíssimas sobre as gerações dos anos 60/70 e 1980. Temos a certeza absoluta que os andantes da orla sentem a sua falta, vez que era uma figura muito conhecida e querida em nossa Boa Viagem.

Até hoje, nas missas que participamos aos domingos rezamos pelas almas desses companheiros que se foram. Que Deus os tenha ao seu lado!