domingo, 20 de junho de 2010

Capitulo 3


O INSTITUTO SANTA MARIA (EDUCANDÁRIO)



E
m 1956 foi inaugurado o Instituto Santa Maria que faz parte da memória de todos os que por lá passaram. O ISM sempre pautou a sua educação com a formação pessoal e religiosa do seu corpo discente com professoras de caráter e personalidade, entre as quais lembramo-nos de Dona Cléris Farias de Paula, Joselita Barbosa Tavares, Sarita Beltrão e Mércia Ferreira de Albuquerque, esta última veio a ser uma das melhores advogadas criminalistas do nosso estado.
Sentimo-nos orgulhosos de termos sido alunos do Instituto Santa Maria que ocupava uma casa pertencente à família de Leonardo Monte, onde hoje se encontra o Recife Monte Hotel, ex-hotel Miramar. Dessa época nos lembramos dos irmãos Roberto e Judite Kelner (estes foram os primeiros alunos a serem matriculados na escola); dos irmãos Sandra, Wilson e Sérgio Albino Pimentel; dos irmãos Laís, Liane e Antônio Lumack Monte; dos irmãos Aristides e Rosamélia Demerí Carneiro; dos irmãos Lídia, Kátia, Gustavo e Luis Augusto Pontual; dos irmãos Cláudio, Marcina e Cristina Pena Pereira; de Julieta Meira de Vasconcelos; de Vera Lucia Playsant; dos irmãos Robert e Nica Harley; dos irmãos Carlos Alberto, Marina e Hélio Correia Just; dos irmãos Léo, Luciano e Miriam Monte; dos irmãos Luís, Rosa e Lala Romangueira; dos irmãos Antônio Carlos, Artur e Georgina Carneiro; dos irmãos Heitor e Ana Assunção; de Pietro Carneiro; dos irmãos Luís e João Cardoso Ayres; de Ana Lúcia Bérgamo; de Fátima Bahia; dos irmãos Fernanda e Luiz Augusto Vieira da Cunha; dos irmãos Carlos Alberto, Marina e Helio Correia Just; dos irmãos Silvio, Giselda e Gizanda Aguiar; de Eugenio Perilo; dos irmãos Vicente e Marcos Antonio da Mota Cerqueira; dos irmãos José Carlos, Mozart e Antonio Carlos Escobar; das irmãs gêmeas Amanda e Adalgisa; de Susana Pontual; de Ângela Villachan; dos irmãos Aluízio e Catarina Siqueira; de Ricardo Pinto Lapa.
Sob a direção da idealista Maria das Dores Muniz de Melo, esta instituição fez nome desde a sua fundação, permanecendo até hoje (estabelecida, atualmente, na Rua Padre Bernardino Pessoa) enraizada na nossa sociedade, como o colégio mais tradicional de Boa Viagem, sendo ainda uma das melhores instituições educacionais do Brasil. Atualmente o Colégio Santa Maria ainda mantém em prática o seu ideal de ensino o que o torna uma verdadeira lenda dentro do cenário histórico do nosso bairro.
O hoje colégio e faculdade Santa Maria é um patrimônio cultural da educação brasileira, de onde saíram jovens que vieram a se tornar pessoas importantes dentro do contexto político, social e esportivo do estado de Pernambuco.
Podemos afirmar com plena convicção que o atual Colégio Santa Maria ainda prima pela educação dos jovens, se preocupando com a disciplina dos seus alunos, um dos alicerces que o levou a ser um dos melhores educandários do Brasil. Prova disso, foi a expulsão do colega Roberto Kelner (primeiro aluno a ser matriculado na instituição e também o primeiro a deixá-la), por D. Maria das Dores, diretora.

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Capitulo 4



HISTÓRIA DO RIFIFI ESPORTE CLUBE



O
 Rififi nasceu pequeno, em lugar pequeno, e, fundado por pequenos, ou seja, por menores ainda impúberes (menores de 14 anos), em plena efervescência do ano de 1958, com o governo JK, a grande vitória da seleção brasileira na Copa do Mundo de Futebol, a bossa nova que revolucionou a música brasileira e o cinema novo, ainda em sua fase inicial.
Os irmãos Marcos e Marcelo Pimentel da Silveira e os seus primos José Trajano Costa, Mario Cardoso Machado Júnior, Marcelo Wolfmann Machado e Fred Dhália Wolfmann vestiram camisetas e, nos jardins de frente da casa nº6272, hoje o majestoso Edificio Península Ibérica, da Avenida Boa Viagem, ali jogaram as primeiras peladas. Já no ano seguinte, reforçados com outros meninos (Paulo, Carlos e Luiz Alberto Pinto Teixeira, Roberto Riecken, Helio Lisboa, Fernando Carlos Araújo e este escrevinhador), formávamos uma equipe de sete pessoas que passou a jogar num campinho em terreno cedido por comodato, pelo Sr. Ambrósio Trajano Costa, onde se hoje se situa a Galeria Corta Jaca, esquina da Av. Conselheiro Aguiar com a Rua Padre Carapuceiro. Ressalte-se que no segundo ano, a agremiação reforçada pelos novos adeptos divididos em dois grupos para arrecadar dinheiro através do livro de ouro e festas carnavalescas, adquiriu dois jogos de camisas, com listas verticais preto e branca e calções  brancos, começando a sua trajetória vitoriosa por mais de quinze anos.

AS FESTAS DO RIFIFI

As festas pré-carnavalescas eram realizadas em residências dos sócios, ou de amigas da turma do Rififi, que se localizavam nas adjacências do Posto 04, hoje Posto 10, entre a Rua Ribeiro de Brito e a Félix de Brito Melo. Denominados de “Posto 4 em Folia” ou “Rififi em Folia” tais eventos eram animados por Escolas de Samba e Orquestras de Frevo. As meninas se encarregavam de levar salgados e doces, já as bebidas, ficavam sob a responsabilidade dos rapazes. As casas de Martha e Márcia Machado, Terezinha Lapenda, Maria Clara Almeida e Dr. Silveira, foram palcos de animadas festanças, onde a paquera rolava solta e as decepções também, muitas delas. Dos amores platônicos, tão em voga naqueles idos, vêm-nos à lembrança: Maria Lucia Silveira; Maria Dulce Sampaio; Graça Bompastor; Clara Almeida; Fernanda Vieira da Cunha; Marilda Simão; Ana Julieta Oliveira; Terezinha Lapenda; Brunilde Trajano; Emilia Araújo; as irmãs Ana Maria, Ana Cristina e Ana Lúcia Lira; Martha e Márcia Machado; Anamélia Freitas; Clarissa Daosley; Eliane Ponzoni; Vera Lúcia Playsant; as irmãs Marta, Verônica e Virginia Dhália de Albuquerque; Isabel Maurício; Luiza Lapenda; as irmãs Ângela e Conceição Galvão; Dione Parente; Fátima Carvalho; Ana Maria Freire Albuquerque; as irmãs Luciane, Graziella, Nilde, Jussara e Fátima Oliveira; Stella Maria Cavalcanti; as irmãs Walda e Waldênia Bittencourt; as irmãs Pastich Ana Maria e Maria Alice; Socorrinho Ávila; as irmãs Helena e Valéria Acioly; dentre outras que partiam os corações de muitos garotos da época, deixando-os literalmente “a ver navios”.
Eliane Ponzoni (uma gaúcha que veio em férias para o Recife e se entrosou com a turma do Rififi), inclusive, por sua beleza escultural, inspirou Newton Oliveira - um militar da reserva da Aeronáutica, admirador e torcedor do RIFIFI Esporte Clube, poeta nas horas vagas – a escrever uma poesia (publicada no ZONA SUL – JORNAL E REVISTA) inaugurando a secção literária do dito semanário. O gingado (ou requebrado?) da dita gaúcha, num dos “festivais de batida” que o RIFIFI promoveu em Pau Amarelo, redundou no poema “GAÚCHA-BIRINAITE”:

“GAÚCHA-BIRINAITE” (Por Newton Oliveira)  
De repente o mundo
toma feição de realidade
as forças dos antigos anos
oferecem-se a opção
de rir todos os sonhos
- Pudera! Pudera!

Lá está o velho
(se referindo ao velho Guedes
do fresbee)
brincando com seu coração
E o outro, o outro
sambando com a ilusão...
E uns outros jovens
A enredarem-se bem cedo
Nas estrepadas alegrias!

De jovens pudentes nas suas dores
Sugando “batidas” das frutas
e inebriando-se de doces
Inocências; mui prazerosos?

Mui prazerosas,
Os gingados e as formas
especiosas, de todas as moças de rosa
De maiô cor de rosa

E de algumas,
Sem os rebolativos argumentos
Envoltas ainda na pudicícia
Dos róseos sonhos
Das menininhas da praia
de Boa Viagem...
Pudera, Pudera!


Newton Oliveira é pai de Jussara, Graziela, Nilte, Luciane e Fátima

ATLETAS DO REC

Muitos atletas boa-viagenses se destacaram no Rififi, tendo sido pretendidos, para atuarem em várias agremiações profissionais do Estado. Todavia, por serem estudantes, somente alguns foram jogar, por mero diletantismo, em equipes de profissionais, aspirantes e de juvenis, do América, Náutico, Santa Cruz e do Sport Clube do Recife, tais como, Ricardo Rodovalho de Lira, Nilton Rodovalho,  Marcos Jose Mota Cerqueira (Cerqueira), Antonio Carlos C. de Araújo  (Tonhão), Abdias P. de Souza, Clélio Falcão, Diogelcy Souza (Dió), Bio das Unhas, Abidias, Ajalmar.
Outros jogaram em seleções de futebol de praia, clubes de 2a Divisão e nas seleções de suas faculdades. Dentre eles: Os irmãos Breno, Marcos e Marcelo Pimentel da Silveira; Paulo Roberto e Carlos Alberto Teixeira; Célio Souza Leão; Luiz Augusto Vieira da Cunha; Antonio Carlos Bezerra Barros (Cacalo); os irmãos Jose Dorgival (Vavá), Claudio e Marco Lopes de Carvalho; os irmãos João Gualberto, Roberto, Zé Carlos e Carlinhos Mauricio; Maurício; Waldemar Travassos (Droga); Ricardo Carvalho (Cadinho); Gilvan Noblat (Uvinha); Elcio Wolmer (PA); Marcos Pastich; Frederico Beltrão Pereira (Risonha); Edilson Rodovalho; João Vicente Santos (Ninha); Luiz Carlos Costa Campos (Lula); Severino Carneiro (Bio); Wilkie L. Ramalho; Frederico Santana (Magrão); Flávio Guimarães (Doutor); João Carlos Guimarães (Joca); Luiz Carvalho (Lulinha); Guilherme Costa (Guila); Antonio B. Silva Filho (Mamão); Carlos J. Santos (Cachorrão); Célio e Roberto Souza Leão Barros; Marcilio Leite Souza (Batata); José Carlos Coelho (Caju); os irmãos Geraldo, Walter, Wilson, Carlos e Waldir Calábria; Tito Flávio Bezerra; Eurico Araujo Noblat; Luiz Joaquim Varella de Carvalho (Lulinha); Celso Santana; Wilson Calado Júnior.
O clube teve várias formações excelentes, tanto no seu primeiro quadro, quanto no segundo quadro (aspirantes), pelo que destacamos as seguintes formações:
Equipe principal: Abdias, Geraldo ou Walter ou Joca, Breno, Waldemar, Pastich ou Elcio, Fred Risonha, Marcos Silveira, Bio, Ninha ou Nilton Rodovalho, Nilton Rodovalho ou Luis Carlos ou Luis Augusto, Marcos Cerqueira ou Dió ou Flifa, Ricardo  Rodovalho ou Tonho, Tonho ou Luis Carlos.
Equipe reserva ou o segundo time, era assim formada: Bio Pacarú, Wilkye ou Walter, Zé Trajano ou Wilson ou Mimo, Doutor ou Batata, Marcelo, Lulinha, Cacalo, Robertinho ou João Gualberto ou Uvinha, Edílson, Caquinha, Arnaldo ou Carlinhos, Luis Augusto, Cadinho, Célio, Mamão, Manesinho, Zé Amaro, Betinho. Esse time passou dois anos invicto (sem nenhuma derrota).


COLABORADORES DO RIFIFI

Não poderia deixar de registrar nomes de pessoas que foram grandes benfeitores do Rififi, tais como: Ambrósio Trajano Costa; Jose Dhália da Silveira; Mario Cardoso Machado; Carlos Jose de Barros Araújo; Adelmar da Costa Carvalho; Jorge Dantas Bastos; os irmãos Luciano Costa e Baby Costa. Todavia, se reconhece como o mais notável deles o primeiro, Dr. Ambrósio, que incentivava o desporto praiano, principalmente o voleibol, que ele gostava de praticar com os filhos Nehilde, Enilde, Brunilde e José Trajano.
O Rififi em 1963, já com a formação de duas equipes compostas por onze pessoas, tendo modificado as cores da sua camisa para o azul e branco, no lugar do preto e branco, teve seu campo relocado para o final da Rua Dhália, e, mais uma vez, ocupando um terreno do saudoso Dr. Ambrósio, iniciou uma fase brilhante, quando formou ótimas equipes que atemorizavam os adversários, muitos deles clubes da segunda divisão e das cidades interioranas. Registre-se que, nas suas formações, participavam pessoas de todas as classes sociais todas de boa índole contrastando com o nome dado ao clube (Rififi), música-tema do filme “DU  RIFIFI CHEZ LES HOMMES”, dirigido e estrelado pelo cineasta americano Jules Dassin, que fugiu dos Estados Unidos na época da Caça às Bruxas,  para  à França, e lá rodou um dos maiores clássicos da cinematografia francesa, tornando-se ganhador do prêmio de melhor diretor do Festval de Cannes em 1955. O filme foi baseado no livro homônimo de Auguste de Breton, que trata de um roubo numa joalheria de Paris e cujos personagens do submundo parisiense se digladiam para dividir o produto do crime. O filme foi estrelado por Jean Servais, Marie Saboured, Carl Moher e Robert Manuel, com trilha sonora de Georges Auric. À época, o grande diretor francês François Truffaut definiu-o, assim: “O melhor Film Noir que eu assisti”.
O Rififi, garantiu para todos nós, momentos de lazer com a prática desportiva semanal durante todos os anos de sua existência, ao ponto de, quando não existia um jogo por qualquer motivo extraordinário, era razão de uma frustração quase que generalizada.
Além do futebol formou equipes de voleibol que participou do Campeonato Farroupilha, promovido pelo Clube Gaúcho de Pernambuco, nas categorias juvenil e adulto.
Em 1966, na Rua Dhália, num terreno ao lado da casa do Sr. Pastich, sob a liderança do saudoso português Raul Dória, a moçada tinha o seu ponto de encontro às tardes dos sábados, onde se destacavam: Ana Maria; Maria Alice e Marta Pastich; Clara Almeida; Fernanda Vieira da Cunha; Márcia Ferreira Lima; Stela Assunção; Fátima Carvalho; Iolete de Oliveira Barros; João Gualberto; Carlinhos, Roberto e Isabel Maurício; Nelson Rodovalho; Edilson Rodovalho; José Dorgival, Claudio, Fátima e Marco Carvalho; Zé Trajano Costa; Marcos Pimentel da Silveira; Inaldo da Cunha Andrade; Antonio José Ferreira Lima Neto; Franklin e Fred Campos; Inaldo, Paulo Roberto e Virginia da Cunha Andrade; Luis Alberto da Cunha Andrade; Godofredo de Abreu e Lima e sua esposa Dionéa.
A quadra de voleibol, do queridíssimo portuga Raul Dória, era um “point” das tardes dos sábados para se divertir, conhecer, interagir nas paqueras e desejos subliminares. Dali surgiram namoricos que terminaram em casamentos.
Nos meados dos anos da década de 1970, Boa Viagem, já não possuía os seus grandes campos de futebol. O Rififi Esporte Clube resolveu fazer diversos torneios e campeonatos de futebol “society” em terreno reduzido, dando-os nomes de Taça Ambrósio Trajano Costa, Taça Wilson Calábria e Taça Rififi Esporte Clube, com a participação de várias equipes, formadas dentre seus atletas, denominadas de Rififi, Dhália, Fluminense, Trenzinho, e os Anjos. Mesmo assim, não conseguiu acompanhar o surto desenvolvimentista da nossa praia, extinguindo as suas equipes, mas pelo menos a amizade e o companheirismo dos que integraram a grande família “rififisense”, continuam até os dias hoje.
O Rififi como clube esportivo veio a se extinguir no início da década de 1980, quando o terreno do seu campo de futebol foi negociado para a construção civil. Foi um dos últimos campos de pelada do bairro tragado pelo progresso do bairro.
O futebol acabou, porém o companheirismo e a amizade da grande maioria das dezenas de sócios e simpatizantes, continuaram inabaláveis razão pela qual a TURMA do Rififi, vai fazer cinqüenta anos de convivência salutar neste ano de 2008, e por certo, a comemoração será em grande estilo.
Não é sem razão, que até hoje, os viventes de tantas glórias, ainda se reúnem no feriado de Nossa Senhora da Conceição, mantendo a mesma amizade ou, o companheirismo de sempre.