O “QUEM ME QUER” da
Juventude Dourada
N
|
o auge dos “anos dourados” de nossa praia, a
moçada fez do trecho da avenida beira-mar, entre a Rua Antonio Falcão e a Rua
Carlos Pereira Falcão, um verdadeiro “point” de paqueragem, namoricos, conhecimentos,
principalmente nos restaurantes Le Bretagne e no do hotel Côte Dazur e, nas
calçadas ou muretas dos edifícios Versailes, Saint Moritz, Boa Viagem (este já
não mais existe) e Acaiaca. Era um desfile de “mauricinhos” e ”gatinhas”, exibindo
os seus dotes pessoais e também os materiais (roupas e acessórios da moda; seus
veículos; automóveis e motos, com acessórios, e até mesmo, com motores
envenenados). Tinham pessoas que faziam o percurso de ir e voltar várias vezes
na expectativa de encontrar um bom papo, uma paquera, ou até mesmo uma
namorada, ou mais ainda, ser notado no contexto. Indiscutivelmente, dali
surgiram grandes amizades, namoros, noivados e casamentos. As “gatinhas”
atualizadas com a moda da época e os rapazes mostrando os seus carros e
motocicletas incrementadas de acessórios. Tinha gente que estacionava o seu
veículo e ligava o som dos toca-fitas com alto-falantes de grande freqüência,
lotados nas malas abertas dos seus veículos, para ser conhecido ou reconhecido
por alguém. Os fatos e acontecimentos por mais efêmeros e bestas que fossem,
eram tratados, às vezes, com relevâncias, mesmo que desnecessários. Porém,
prevaleciam o espírito e a ânsia de uma juventude que queria se comunicar, se
desligando dos velhos padrões antigos, em que predominavam a timidez, o recato
e a obediência total e irrestrita aos mais velhos.
FREQUENTADORES
À época dos anos
dourados de l960 e 1970, Boa Viagem, já deixara de ser praia de veraneio, com
um comércio em pleno progresso e, que logo após ficou consolidado com a
inauguração do Shopping Center Recife.
Muitas famílias das
chamadas classes média e alta de outros bairros e de cidades do interior
pernambucano vieram morar em nossa praia. A cada fim de semana, mais pessoas
eram conhecidas, razão pela qual, algumas delas, estão indicadas pelos apelidos,
vez que, difícil seria a empreitada de se pesquisar os seus nomes próprios,
pelo que pedimos o perdão pelas omissões.
É sabido que fatos
importantes se desencadearam nos anos de 1958, 1962 e 1970, tais como: a
inauguração de Brasília; a chegada do homem à Lua; a Bossa Nova; a guerra do
Vietnã; o Rock and Roll; a conquista da Seleção Brasileira de Futebol nas Copas
de 1958, 1962 e 1970; os Beatles; etc. O grande protesto da estudantada, do
operariado e dos intelectuais franceses forçaram as gerações daqueles tempos a mudarem
de comportamento na moda feminina, na relação pai/mãe com o filho, na relação
professor com o aluno, na música, no cinema, no teatro, etc. A nossa juventude
também mudou. Foi tanto que já saia em grupos de amigos para as boates, bares e
restaurantes e até mesmo sozinha.
Os grupos em geral se
formavam nos edifícios ou nas melhores áreas de banho da praia, principalmente
no Corta Jaca.
Havia as turmas do Le Bretagne; turma do Cote
D’azur; do Posto 4; do Acaiaca; do
Verssailes; do Saint Moritz; do Mirage; do Brigadeiro; da Padaria Boa Viagem,
entretanto, os jovens que delas participavam já se interagiam sem complexos e
ou preconceitos, tão comuns antigamente, ou mais recentemente até o final dos anos cinqüenta.
Com a colaboração de
amigos da época - dos casais, Marco Antonio e Nice Carvalho; Luis Antonio e
Solange Mendes Pereira; Eduardo e Katia Feitosa; e ainda, de Conceição Feitosa;
de Wilson Nepomuceno Calado Júnior; de Ana Catharina Cavalcanti Ferreira -
fazemos o registro das seguintes pessoas, que freqüentavam a orla do “quem me
quer”:
Os irmãos Holanda,
Manuel e Marta; Flávia Padilha; Raquel Gargantini; Antônio Floriano; Lilá
Salazar; Dirceu Leitão; Clóvis Monteiro Filho; Romero Monte; as irmãs Angita e
Mônica Bezerra; Lucila Padilha; os irmãos Silveira (Cintia, Mônica, Luiza, Pedro
Ivo e Igor); os irmãos Moura Lira (Ângela e Ricardo Rodovalho de Lira); os Lima
(Ricardo, Luciano, Fernando); os Camboim de Castro (Vera, Verônica e Rui); os
Asfora (Jorge, Geraldo e Betinho); os Costa (Elzinha, Marta e Marco Antonio); os
Pessoa de Queiroz (Elizabeth e Paulinho); os Maia (Ivaldo e Mancha); os irmãos Araújo Mendes (Aurelino “Lero”, Solange,
Simone, Silvana, Silvinha e Suzi); os Addobbati Fernandes (Claudia, Emanoel, Guido
e Patrícia); as irmãs Botelho (Glauce e Ângela); os irmãos Lima (Fernando,
Luciano e Fátima); os Nepomuceno Calado (Cintia, Robson, Zé Emilio e Wilson);
as irmãs Addobatti (Mônica e Auxiliadora); as Araújo (Cândida, Emília e Aninha
Margarida); as Cunha Andrade (Lúcia e Zaninha); os Feitosa (Ceiça, Cristina, Fernando,
Henrique e Eduardo); as Oliveira (Jussara, Graziela, Nilte, Luciane e Fátima);
as irmãs Franco Abreu (Rosina, Patrícia e Adriana); os Parente (Walmir, Waldir,
Dione e Wilson); os Blanck (Clara, Mônica, Renata e Willie ); os Falbo
(Adriana, Lulinha e Julio Cezar); os Monte (Leonardo, Luciano, Mauricio e
Mirian); as Harley (Nica e Cristina); os Ferreira Cavalcanti (Aninha, Cristina,
Severino e Jose Maurício); os Leite Cavalcanti (Letícia, Jorge e Roberto); os
Vanderlei (Jeovasito, Aninha e Ada Lúcia); os Lira (Ana Maria, Ana Lúcia, Ana
Cristina e Wilsinho); os Maurício (Isabel, Roberto, Carlinhos, José Carlos e
João Gualberto); as Galvão (Conceição e Ângela); Miguel Vita Filho; Anabel
Saboya; Amelinha Peixoto; Lauro Pontes; Flavio Marcelo; Ana Pedula; Alexandre
Marroquim; Aurino Góis; Paulinho Cavendich; Roni Duarte; Junior Ventola;
Helinho Mota; Claudinho Carneiro; Juracy
Caia Trezena; Ednaldo Ferreira de Moraes; os irmãos Luis e Silvia
Borges; Iodelson Torres; Luisinho Falcão; os irmãos Roberto e Judite Kelner; os
irmãos Deolinda e Antero Júnior Paiva; Bruno Vasconcelos; os irmãos Zé Carlos e
Julinho Duarte; os irmãos Zezito e Roberto Padilha; Aroldo Colares; Carla
Karina Lima, Fátima e Elisabeth Salazar; Frederico Patury; Biagio Lombardi;
Fernando Addobbati; Edson Meira; Alexandre Meira; os irmãos Arnaldo e Geraldo
Bodinho; Ricardo Boneca; Luciana Régis; Stela Souza Leão; Josimar Teles; os
irmão Sérgio e Tuca Freitas Lins; Gustavo Oiticica; Tereza Carneiro Leão;
Renata Medeiros; Israel Almeida; os irmãos Machado Cavalcanti Pietro, Petrônio,
Ana e Antonieta; Isa Cristina Rodrigues; Cristina N. Rodrigues; Fred Magrão;
Rosana Pena; Alexandre Siqueira; Fred Alencar; Patrícia Camaroti; Leônidas
Júnior; Ricardo Menezes; Fátima Barroca;
Luis Fernando Machado; Roberta Times Amorim; Ricardo Santos; Carla Cremonese;
Márcia Cavalcanti; Raquel Raffi; Felipe Wakeed; Tereza Cavalcanti; Silvio
Schettini; Maria da Conceição Veras; Edna Guimarães; os irmãos Carneiro Alexandre
e Armindo; Lúcia Rodrigues; Carlos Veras; Tácito Mixto de Oliveira; as irmãs
Valeria e Helena Aciolli; Mônica Moreira; João Madureira; os irmãos Caetano e
Alvinho Azevedo; Fernando Lyra; Roberta Cabral da Costa; Narli Nejaim; Vicente
Schettini; Normanda Pinheiro; Breno Moreira; os irmãos Campos; Carlos Wilson,
André e Wilson Júnior; Edna Moury Fernandes; os irmãos José Ângelo e Janine Rizzo; Sérgio Vieira da Cunha; Cristina Mota; Tubal
Valença Filho; Guilherme Colaço; Clovis Monteiro Filho; Maninha Maçães; os
irmão Augusto e Mônica Bezerra; Ana Elizabeth Carrazoni; Carlos Alberto Magalhães;
as irmãs Patrícia e Mônica Andreotti; Artur Peixoto; Clóvis Peixoto; os irmãos
Eduardo e Amando Monteiro Neto; Núbio Gadelha Filho, Manoel e Nelson Cabral da
Costa; Paulo Oliveira; Roberta Tavares Amorim; Rosario Pinto; Geysa Zerbone;
Orlando Kerpen; Alfeu Marinho; Lilico Fitipaldi; Americo Noronha; Maria Claudia
Gonçalves Porpino; as irmãs Maria do Carmo (Dui) e Virginia Colaço; Antonio
José Ferreira Lima (Neto); Ana Kátia Spencer Holanda; Jaime Costa; Bernadete Heráclito
do Rego; Gino Perrelli; Adelmar Xavier; José Carlos Wanderley; Mônica
Vasconcelos (garota verão 1974); Marcelo Cabral da Costa; Bebel Freire de
Souza; Julieta Vilela Aguiar; Bernadete Oliveira; as irmãs Marilene e Carmem
Lúcia Schuller Cunha; Ângela Maria Vilar de Carvalho; Josimar Teles de Sá;
Fernando Lopes; Rosana Ribeiro Raposo (rainha dos estudantes de 1974); Ilda
Farinha Maçãs; Neline Lucena; Marlene Leitão; Ernesto Carlos Cammele; Rudy
Meyer; Malio Ponzi; os irmãos Dídimo, Cláudio e Otávio Santos Lins; Ivaldo Maia
Júnior; Betânia Freira; Cléa Falcão; Luis Falcão; Edmar Leite Filho; Marcone
Chaves; Carlos Castro Lira; Elizabeth Meira Lins; Marcelo e Luciana Lima; Frederico
Buarque de Gusmão; Geraldo Guidotti; Maria Goreti Ramalho; Raquel Carrilho; Ana
Lúcia Castelo Branco; os irmãos Maynar; os integrantes do grupo musical “Enxutos
& Ensopados¨ Fred Vieira de Melo (boneco), Carlos Alberto Rangel e
Alexandre Bernado da Silva; Jairo Trezena Ferreira; Marcelo Cabral da Costa;
Frederico Patury; Giba Barão; os irmãod Zezito, Roberto, Vera, Márcia e Lucila
Padilha; Ricardinho Brenand, Frederico Henriques, Laerte Souza Filho (Letinho);
Roberto Parmera; as irmãs Cristina, Virgínia e Aline Botelho; os irmãos Edson,
Fernando e Tonico Costa Lins; as irmãs Noemi e Carmita Rangel Moreira; Lídia
Fonseca Silva; Aroldinho Colares; Caio Pereira; Sônia Malta; Godofredo Farias;
os irmãos Rômulo e Romildo Menezes; Elisabeth Zelaquette; Cléa e Junior Maia;
Eduardo Bitencourt; Jorge P. Queiroz; Junior Ventola; Daniel Aleixo; Expedito
Arruda; os surfistas Dentinho, Robson, Luli, Flávio, Gordo, Amin, Joca, Jupi,
Fernando Paiva e Junior Parafina.
O “quem me quer”
boa-viagense era repleto de jovens se exibindo tal qual manequim em vitrine de
lojas, pois a MODA das grandes grifes estrangeiras aportara no Recife. Os
rapazes de classe média já tinham seus carros (novos ou usados) alguns deles possuíam
apelidos e, quando não, os seus donos tornaram-se conhecidos por alcunhas (às
vezes indesejáveis), tais como: Boy Aranha, Mauricio Cospe Bala, Dick
Vigarista, Rui “Mais Uma”, Cruz “Cocô”, Helinho
Mota (gordine), Cisne Branco, Valderez “a cafona”.
Do grupo dos
motociclistas (pioneiros) da nossa orla, que freqüentava o “quem me quer” desde
o final do ano de 1960, lembramos de Luiz Antonio Pereira, conhecido por Totó,
e o seu irmão José de Alencar Pereira Neto (Zeco), ambos paulistas, que haviam
chegado ao Recife em 1968. O “Zeco” foi vítima de um grave acidente com a sua
moto, mas escapou da morte, com a graça Divina. O nosso amigo Totó casou-se com
Solange Mendes, uma mineira que aqui aportou e continuam residindo na nossa
praia!